Nome: Carry On: Ascensão e queda de Simon Snow
Autor(a): Rainbow Rowel
Páginas: 480
ISBN: 9788542808247
Editora: Novo Século
Ano de lançamento: 2016
Comprar: Saraiva
Simon Snow é um bruxo que estuda numa escola de magia na Inglaterra. Profecias dizem que ele é o Escolhido. Você pode até estar pensando que já conhece uma história parecida. O que você não sabe é que Simon Snow é o pior escolhido que alguém já escolheu. Poderosíssimo, mas desastroso a ponto de não conseguir controlar sequer sua própria varinha, Simon está tendo um ano difícil na Escola de Magia de Watford. Seu mentor o evita, sua namorada termina com ele e uma entidade sinistra ronda por aí usando seu rosto. Para piorar, seu antagonista e colega de quarto, Baz, está desaparecido, provavelmente maquinando algum plano insano a fim de derrotá-lo. Carry On é uma história de fantasma, de amor e de mistério. Tem todos os beijos e diálogos que se pode esperar de uma história de Rainbow Rowell, mas com muito, muito mais monstros.
Quando
eu vi um livro chamado "Fangirl", cuja sinopse falava de uma fã apaixonada e um
tanto viciada, me identifiquei horrores. De lá pra cá,
Rainbow Rowell passou a
fazer parte do hall de autores que leio sem nem saber sobre o que é o livro. Leio
com a certeza que não só vou amar como me identificar. Entretanto, com "Carry On" foi diferente. Continue lendo para descobri mais sobre essa história tão
aguardada.
Apesar
de, com Rainbow Rowell, eu não fizer questão de ler a sinopse de qualquer uma
das suas histórias, "Carry On" já era conhecida por mim e por todos aqueles que
leram "Fangirl", uma vez que a história de um jovem bruxo chamado Simon Snow era
o motivo de toda a fangirlagem da personagem principal e presença indiscutível
na adolescência dela. Cath e a irmã dividiam não só a mesma data de nascimento,
como também o amor pela série de livros da autora Gemma T. Leslie, e a autoria
de uma fanfic dedicada ao universo bruxo mais famoso de todos os tempos.
Ao
ler o livro "Fangirl", eu passei a ansiar pelo inicio dos capítulos para assim
ter um vislumbre dessa história dentro da história, e ao que parece, Rowell
também não conseguia deixar Simon e seus amigos de lado, então simplesmente nos
presenteou com seu primeiro livro de fantasia.
Simon
Snow é um bruxo órfão que estuda numa escola de magia na Inglaterra. Profecias
dizem que ele é o Escolhido. Ele está tendo um ano difícil na Escola de Magia
de Watford. Seu mentor o evita, sua namorada termina com ele e uma entidade
sinistra ronda por aí usando seu rosto. Para piorar, seu antagonista e colega
de quarto, Baz, está desaparecido, provavelmente maquinando algum plano insano
a fim de derrotá-lo. Dito isso, provavelmente você deve estar de pensando,
"eu já ouvi esta história antes" e sim, já ouviu mesmo, é que quando "Carry On" foi apresentado no livro "Fangirl" como uma espécie de Harry Potter
trazendo toda a febre que o universo de J.K Rowling despertou no imaginário e vida
de jovens no mundo inteiro. Mas se a sinopse da história parece uma cópia
descarada da outra, o enredo vai mostrar que tem força e complexidades
próprias. Os personagens podem ser facilmente relacionados com aqueles criados
por Rowling, mas as motivações, os destinos e as personalidades não poderiam
ser mais diferentes. E isso é o que torna essa obra única apesar da
familiaridade com a outra, é uma desconstrução, uma leitura particular de um
universo que todos pensamos já conhecer.
O
começo do livro pode demorar a engatar, o Snow me cansava de uma maneira que o
Potter só conseguiu fazer no quinto livro, além disso, o livro começa como se
você já soubesse de tudo que está acontecendo, mas não é bem assim, então o
começo é meio que você numa estação de metrô, você sabe onde está e o que deve
fazer, só que ainda tá perdido ali no meio. Contudo, entretanto, todavia, tudo muda
quando o Baz aparece. (AMOOOOOOOO QUEROOOOOO)
O
livro é separado em quatro livros e um epílogo, sendo o primeiro apenas a
apresentação do enredo e provavelmente aquele que mais se assemelha a Harry
Potter, e também o livro mais parado, é nele onde vamos tentado entender o que
está acontecendo e quem é Simon Snow, porque ele foi escolhido e porque ele é o
pior escolhido que alguém já escolheu. Somente a partir do segundo livro que
percebemos o quanto "Carry On" pode se sustentar como uma obra única, sem a
influência de nenhum outro livro como parâmetro, nem mesmo de "Fangirl". Nessa
parte da trama, os personagens vão ganhando corpo e mostrando quem realmente
são quais suas motivações e histórias. Aqui há uma ruptura com o universo de
Harry Potter ou ainda, uma representação sobre que outro caminho ele poderia
ter seguindo, outras escolhas, outros aliados e inimigos e até mesmo o
questionamento sobre o que é ser um escolhido.
Além
de o livro ser dividido em “livros”, os capítulos são escritos sob os pontos de
vista de diferentes personagens, isso nos permite conhecer a história por
outros ângulos e amar ainda mais o Baz (não tenho um pingo de parcialidade em
relação a ele, amo e irei defendê-lo).
A
maneira como a Rowell desenvolve a trama faz como que você queira
verdadeiramente conhecer os personagens, ouvir o lado deles da história. Para
isso, ela usa de todas as ferramentas que pode, incluindo algo que me
surpreendeu e depois da estranheza inicial, me encantou. As palavras tem um
poder gigantesco e muitas vezes esquecemos isso, mas em "Carry On", somos
lembrados de como coisas ditas podem criar vida, podem ferir e salvar, podem
fazer toda a diferença. Rainbow nos apresenta os feitiços de maneira inovadora,
cantigas antigas, musicas de ninar e ditos populares são traduzidos em magias,
e apesar de isso parecer bem brega, depois que nos acostumamos passa a
fazer todo o sentido do mundo.
Carry On" é um livro recheado de diálogos inteligentes, apaixonantes e divertidos. A
autora desconstruiu todo o mito do "personagem escolhido", que já
estamos cansados de encontrar por aí, e mostrou algo a mais. Apresentou-nos
personagens incríveis, humanos e tão reais como nós, todos eles têm defeitos e
qualidades, ações questionáveis ao mesmo tempo em que os sentimentos são
criveis. Você fica querendo ficar com raiva de um ou outro, mas não consegue
porque passa a entender suas motivações, até as piores. E no centro disso tudo
estão Simon e Baz.
Na
primeira parte do livro, Baz não aparece, então a imagem que o leitor cria dele surge
apenas com base no que Snow nos apresenta (Coisas horríveis. Baz é um vilão
claramente). Já Simon é um garoto de 17 anos que é profetizado como o maior
mago de todos os tempos, apesar d'ele se achar o pior mago que poderia ter sido
escolhido, já que ele ama magia, mas não sabe como controla-la. Embora hoje
tenha encontrado o seu lugar na Escola de Magia com a companhia de sua melhor
amiga e aluna mais inteligente da sala, Penélope, e sua namorada (ex), Agatha,
para viver os melhores dias da sua vida, o garoto tem um passado triste que no
decorrer do livro é explorado, e é chave para muitas respostas. E mesmo com
isso tudo, ele ainda precisa vigiar seu companheiro de quarto e arqui-inimigo,
Baz, pois teme o que ele vêm tramando durante os 6 anos que os dois estudam
juntos.
Baz
é filho da antiga diretora da escola, que foi assassinada quando ele ainda era
uma criança. Ele é bem popular em Watford e um dos motivos de Simon odiar seu
colega de quarto, é por achar que Baz é um vampiro e está tentando sabotá-lo e
planejando sua morte. O mundo mágico também está passando por uma guerra, onde
o principal inimigo é o Insípidum, e o único que pode derrotá-lo, segundo a
profecia, é Simon.
Sinceramente eu não tenho condições de falar sobre o Baz e
muito menos sobre o que Simon e Baz fizeram na minha vida, eu fiquei louca,
apaixonada, desesperada. Fiz algo que há tempos não fazia e fui pra internet
procurar fanfics (não achei nada que me satisfizesse), mudei o papel de parede
do meu celular (coisa que nunca mexo) e até agora não consegui parar de pensar
neles como MEU CASAL FAVORITO AMO DEMAIS QUERO SOU NÃO SEI LIDAR COISA MAIS
LINDA.
Os
outros personagens também são bem legais, com destaque para a divertida
Penélope, a típica garota que você gostaria de andar no recreio, só queria que
tivesse tido mais coisas sobre ela, e que o namorado dela aparecesse alguma
vez. O Mago, diretor da instituição, que apesar de aparecer pouco é um elemento
crucial para trama. E até a Agatha, a ex-namorada do Simon que foi muito odiada
pelos leitores, mas eu consegui entender as ações dela, talvez não tenham sido
as mais bonitas, mas foram verdadeiras.
O
livro termina com um gostinho de quero mais, e se depender de Rainbow Rowell terá
mais sim senhor, já que a autora disse em entrevista que provavelmente
publicará uma continuação, então resta ficar no aguardo e torcer para que isso
não fique só na promessa assim como ainda estamos torcendo para a continuação
de Eleanor & Park. Ainda tenho esperança.
Se
eu tenho uma resalva para fazer é que queria mais do Simon e Baz como casal, foi
pouco, não me saciou. Mesmo eu tendo lido a cena do beijo mais de 10 vezes
desde que li o livro (5 dias).
Agora
não perca tempo, e vá ler "Carry On".
Esse livro foi uma cortesia da editora.