05 junho 2015

[Filme] O universo no olhar

“Sou um cientista, acredito em provas”

Essa frase foi dita por um biólogo PH.D em Evolução dos Olhos. Ele dedica seus esforços e pesquisas a construir um olho do zero. A fim de desbancar todas as oposições a teoria da evolução, inclusive a de que o olho só poderia ser criado por um “designer inteligente”. Ian Gray quer provar a inexistência de Deus através dos olhos.

Assim a história começa a existir.


Ian além de estudar a fundo a particularidade dos olhos, também é obcecado por íris oculares e como hobby fotografa as mais diversas íris em pessoas que encontra. Quando conhece Sofi, é primeiro por seu olhar deslumbrante que se apaixona.

 O casal se conhece em uma festa de Halloween: Ian se veste de cientista - muito criativo da parte dele - e Sofi com um tipo de fantasia sadomasoquista, deixando unicamente seu olhos á mostra. A tensão sexual logo aparece e leva os dois ao banheiro, mas quando ele a questiona sobre a situação que se encontram, ela simplesmente desiste e some.


A garota misteriosa intriga o cientista introvertido e se torna sua obsessão. Porém, tudo  o que Ian guarda sobre ela é sua memoria e uma foto de seus olhos em seu cartão de memória. Com a ajuda de sua nova assistente subestimada, Karen, Ian até procura a origem ocular, mas apenas um par de olhos realmente importa para ele.

 Em nome  do Karma ou da coincidência, eles logos se reencontram e mesmo com  a superstição e fé de Sofi e o ateísmo de Ian, os dois engatam em um relacionamento intenso e profundo. Mas a perda de Sofi transforma o começo de tudo, em fim.



O Universo no Olhar, filme escrito e dirigido por Mike Cahill de “ A outra terra” não é apenas um filme romântico. Na verdade, como o protagonista mesmo conta, o objetivo inicial é contar a história do par de olhos que mudaram o mundo. O drama vivido por Ian é contado apenas para chegar a cena final do filme que acontece  sete anos depois da morte de Sofi.

O diretor Mike Cahill tem um a habilidade excepcional de tratar grandes feitos e ideias sem ser pretensioso. O filme traz grandes temas como amor, ciência e religião. Ainda sim, aborda todos eles com simplicidade e calma. Essa sutileza é que faz do filme algo genial. Outro ponto forte é a comparação da santíssima trindade com os temas. Eu explico a vocês:

O filme traz pontos que se ligam e se completam; a plenitude de um, a polêmica do outro e a racionalidade do terceiro, mas que contribuem muito bem para a trama da história, quase sendo uma unidade. Mas ainda sim, são pontos diferentes e ele explora todos em um só.

A única coisa que pode incomodar sua capacidade verossimilhança é o fato de existir inúmeras coincidências ou apenas o chamado destino. Coincidências que são bem notórias para ele e para nós. Mas que na vida real, a maioria dessas  requereria um maior senso de observação e  atenção. De certa forma, “Deus” aparenta brincar com Ian, que insiste em seguir seu caminho por si mesmo.

Quem também fez um ótimo trabalho foi o diretor de fotografia alemão Markus Forderer, por interpretar muito bem os fases de Ian e transformá-las em algo perfeitamente visual. A trilha sonora fez bem sua parte no filme, levando o telespectador de uma plataforma cientifica á um profundo sentimento de amor, de acordo com a vontade do diretor.


Michael Pitt (Ian Gray) era um ator conhecido por seus filmes indies mais pesados, mas que conseguiu interpretar o cientista com leveza e eficiência. As mulheres do filme também merecem um maravilhoso Salve por suas atuações e criações de personagens complexos em clichês. É impossível não se apaixonar pela impulsiva e supersticiosa Sofi (Astrid Berges-Frisbey) enquanto, Karen (Brit Marling) é inteligente e matura; uma mulher apaixonante. Não podemos de forma alguma esquecer da pequena indiana Kashish que só aparece no final do filme, mas que participa de uma etapa extremamente importante. No fim, você se torna tão intima com os personagens que admira todos eles!

O Universo no Olhar é um filme para te fazer pensar - talvez chorar - mas ainda sim, se maravilhar. Eu recomendo o filme para pessoas mais sensíveis, ou quando seu(sua) namorado(a) terminar com você e você estiver naquele momento cético e questionador. Ou simplesmente quando quiser se inspirar. Esses filmes têm uma finalidade de fazer você enxergar o mundo de outra forma sem que você precise passar por tudo que o personagem passou. Só questionar.

Se esse filme fosse um famoso, na verdade, eu compararia a Zoey Deschanel: apaixonante e inteligente, talvez por isso, ainda se dê bem comercialmente.


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8 comentários. Comente Também!:

  1. Nossa! Nunca tinha ouvido falar no filme, parece ser tão lindo! E esses olhos da Sofi? MEEEEU DEUS, preciso roubar SAHUAHUSU...

    /Beijocas da Saroca!
    http://interesses-sutis.blogspot.com.br/

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    1. Que bom que gostou, Sara! Realmente o filme é sim maravilhoso, então veja a maravilha com seus próprios olhos! não vai se arrepender kkkkkkk

      Beijos e Nutella da Mari pra Saroca rsrsrs :*

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  2. Não conhecia esse filme, nunca tinha ouvido falar, mas depois dessa postagem, nooooss, fiquei aqui louca para assistir, muito perfeito. Amei demais a postagem, e a indicação.. com certeza vou ler o mais rápido possível.

    Amei o seu blog, e já estou seguindo. Beijos!

    http://destinoincertoo.blogspot.com.br/

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    1. Hey Danny!
      Fico mais feliz ainda por duas coisas: pelo seu "fofismo" e por ter gostado da indicação rsrs Acho que preciso ressaltar seu bom gosto tbm kkk Mas brincadeiras à parte, fico muito grata pelo seu comentário *-*

      Beijos e Nutella da Mari.

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  3. Eu assisti o filme à pouco tempo, e achei bem sem sentido, não sou especialista em críticas de filme mas na minha opinião eles deixaram muito coisa no ar, principalmente porque o filme ficou sem final, não dá pra saber, nem achar emocionante, nem triste, nem feliz, nem nada por aquele final, ele conversa com a mulher pelo telefone e diz tipo "até mais", e aí ta indo pro elevador com a menininha e ela começa a chorar e falar em indiano sei la, e abraça ele, aparece ele saindo pela porta com ela, e aí? Sério, o filme não é lá essas coisas, e o que aconteceu com a minhoca? E o único amigo que ele tem só tem uma utilidade no filme: o poder de entrar nos arquivos lá de olhos. E também o título (em português e inglês) não tem muito a ver com o filme em si.

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  4. Primeiramente o filme trata com sutileza vários temas, não levando eles a fundo, ele deixa no ar para fazer a pessoa pensar, é um filme pra você se inspirar, ele não vem com a idéia de dar resposta ele traz a suposição de respostas, por isso sempre deixa a duvida no ar. Segundo você sabe o que aquele final quis dizer, é um final das conclusões que você chegou com toda história, como eu disse não é um filme " dado" é um filme que faz você pensar, pensar em porque terminou assim, o questionamento do filme não é como quem ficou no final, é além disso é saber o porque das coisas ou as vezes nem saber, e sobre o amigo dele ele não só servia pra isso, não é porque em uma cena ele apareceu fazer do isso que ele so servia para aquilo, ele também é um pesquisador. E geralmente traduções de títulos sempre mudam de um e outro. E sobre você não ter gostado é normal, mas no meu ver e no ver de muitos críticos mais bem elaborados esse filme tem uma trama muito boa, não maravilhosa, mas muito boa.

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    1. Concordo super com o ultimo comentário. Não é um filme que te da respostas, ele faz questionamentos, ele nao quer te induzir a acreditar em uma coisa ou outra, em outras palavras, ele não quer te converter. Esse embate entre religião e ciência é de muito tempo então o filme deixa que você tire suas próprias conclusoes(apesar de deixar bem claro o que ele pensa sobre a ideologia a qual ele é adepto, ao meu ver). Só fiquei meio sem saber porque a Sofia morreu na cena do elevador. O filme é muito bom!!

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    2. Pelo que entendi (respondendo ao comentário acima), ela perde a parte inferior do corpo. Legal que isso acontece justamente porque Ian não enxerga bem. Uma bela metáfora.
      Gostei muito de como no filme nos tornamos também cientistas, investigando com Ian os mistérios entorno dos olhos.
      Agora, de fato, o filme assume uma visão espírita, mas de maneira inteligente, demonstrando a impossibilidade de provar a fé.

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