Nome: Roubo de Espadas - Revelações de Riyria Livro 1
Autor: Michael J, Sullivan
Páginas: 602
ISBN: 9788501402530
Editora: Record - Ano de lançamento: 2013
Autor: Michael J, Sullivan
Páginas: 602
ISBN: 9788501402530
Editora: Record - Ano de lançamento: 2013
Royce Melborn e Hadrian Blackwater, os ladrões mais habilidosos de todos os reinos, construíram sua fama ao realizar façanhas aparentemente impossíveis. Porém, após concordar em roubar uma famosa espada do interior de um castelo, os dois se envolvem numa trama repleta de armadilhas, anões, elfos, conspirações políticas, magia e, sobretudo, perigosas reviravoltas. Para comtemplar a missão com sucesso, Royce e Hadrian precisam ser cuidadosos ao escolher inimigos e aliados, pois não é apenas a vida da dupla que está em jogo,mas o futuro da Igreja, dos reinos e de todo o mundo.
Sempre comento que quando há um
mapa no início dos livros de fantasia, a história contada a seguir será épica.
Pode não ser uma regra, mas se aplica a grandes títulos como O Olho do Mundo (Robert
Jordan), O Nome do vento (Patrick Rothfuss) e, é claro, Roubo de Espadas. A
continuação, Ascensão do Império, é um dos grandes lançamentos da Record de
Julho, e a resenha será publicada em breve. O cenário tem diversas semelhanças com o
recente O Rei Demônio (Cinda Williams Chima), lançado pela Suma de Letras:
havia um Império, e após a morte do Imperador diversos reinos entraram em
guerra civil, se mantendo divididos nos últimos mil anos. Paralelo a isso, a
Igreja de Nyphron busca o herdeiro do lendário Imperador Novron, que baniu os
elfos para o extremo leste da península ocupada pelos humanos, e acredita-se
que sua linhagem ainda exista, mesmo que perdida desde muito antes da queda do
Império.
Iniciando a narrativa, acompanhamos
a dupla de ladrões conhecida como Riyria, composta por Hadrian, um guerreiro
alto e perito espadachim que trabalha com a força e um característico carisma;
e Royce, o ladrão profissional: pequeno, ágil, taciturno e mau humorado. Os
dois complementam seus pontos fracos e fortes, trabalhando fora das guildas de
ladrões, em serviços quase impossíveis que ninguém mais aceitaria. Quando
recebem o pedido de um nobre que diz estar perto de ser morto em um duelo (a
ofensa teria sido olhar para a mulher do conde Pickering), a dupla aceita
entrar em uma capela para roubar a espada favorita do conde. Entretanto, ao
chegar à capela a única coisa que encontram é o rei Amrath morto com um punhal
ainda cravado nas costas. Diante da armadilha mortal, os dois têm que enfrentar
todo o reino e entrar na prisão mais secreta e segura do mundo, esquecida no último
milênio e construída para guardar um único homem: o poderoso mago Esrahaddon, a
única pessoa capaz de ajudá-los.
Não se deixe assustar pela
quantidade de páginas, a partir da 287 se inicia uma nova fase do enredo.
Originalmente, o autor publicou por conta 6 novelas, que foram depois
publicadas em 3 volumes com 2 novelas cada. As narrativas são sequenciais, e é
um grande feito da Record lançar as duas novelas juntas, permitindo uma leitura
mais contínua, dado que o enredo não é cansativo.
Apesar de simples, a narrativa em
terceira pessoa é a mais adequada para esse tipo de novela. Não há grandes
desvios, nem imensos trechos desnecessários, a maior parte da narrativa é
focada nos heróis tentando descobrir as conspirações que os cercam e seus
inimigos fazendo pequenos ajustes nos planos conforme a dupla foge das
situações mais absurdas. O grande diferencial é o tom descontraído que Michael
Sullivan implica em toda trama: seus personagens literalmente riem em frente a
morte certa. O humor leve é um ponto a favor, assim como os fortes personagens
principais e os secundários que são tão cativantes quanto os vilões. Ainda é
possível mudar a perspectiva para colocar Royce e Hadrian como vilões, apesar
do código de honra próprio, eles ainda são ladrões. Da mesma forma, os que
instauram o caos pelos reinos creem que isso será melhor para o Império que
está por nascer, e a plena convicção na retidão de suas atitudes os tornam
ainda mais monstruosos.
A magia é pouco constante nesse
cenário. Apesar de muitos boatos e lendas fantásticas, a presença de criaturas
como goblins, anões e elfos, bruxas ainda são temidas e a Igreja tem forte
influência. Foi o Imperador Novron que ensinou magia aos humanos, permitindo
que derrotassem os elfos, entretanto o tempo e a comodidade praticamente
apagaram essa Arte e apenas uns poucos artefatos mágicos sobreviveram.
Há um grave erro de continuidade
na página 159, onde a tradução esqueceu de adaptar uma expressão (provavelmente
“hardcore” no original) que daria o gancho para uma piada de jogo de palavras:
um personagem de hábitos ultrapassados confunde o nível de dificuldade com “duro”,
e cogita que o inverso da situação é “macio”. Entretanto, a palavra “duro” não
é citada no diálogo, deixando todo o parágrafo sem sentido (desculpem se não
sei explicar, mas garanto que ao ler o trecho esse erro é mais engraçado do que a piada
original).
A capa do livro, apesar de
bonita, é pouco expressiva. Talvez por estar acostumado a ver cores vibrantes
nos livros de fantasia não o associei direto ao gênero, mas mesmo assim a capa
é agradável e em três frases abaixo do título a capa já temos resumidamente o
enredo: “Assassinaram o rei. Incriminaram dois homens. Escolheram a dupla
errada”. O papel é de boa qualidade, a lombada não amassa facilmente como é
comum em livros tão volumosos e o tamanho grande permite uma fonte de bom
tamanho. Uma excelente edição que justifica o preço.
Adorei o blog, ta de parabéns
ResponderExcluirwww.booksafter.blogspot.com.br
Iai Jairo, beleza?
ResponderExcluirCara, eu não conhecia esse livro, mas fiquei louco pela leitura depois de ler a sua resenha. O gênero medieval está caindo no meu gosto. Adicionei o livro na lista de desejado. Abraços!
http://euvivolendo.blogspot.com.br/
Olá, Gabriel. Desculpe a demora em responder.
ExcluirNesse gênero o livro está mesmo acima da média, junto com alguns poucos que fogem dos clichês, dá para ver pelas notas do skoob. A resenha da continuação já está no ar!