15 abril 2012

Jane Austen



O enredo deste empolgante livro gira em torno dos amores de Anne Elliot que se apaixonara pelo pobre, mas ambicioso jovem oficial da marinha, capitão Frederick Wentworth. A família de Anne não concorda com essa relação e a convence romper seu relacionamento amoroso. Anos após Anne reencontra Frederick, agora cortejando sua amiga e vizinha, Louisa Musgrove.

Anne Elliott, integrante de uma sociedade onde a mulher tem o casamento como obrigação social, encontra-se solteira aos vinte e sete anos de idade. Aos dezenove, chegou a receber uma proposta do Capitão Wentworth, por quem nutria profundos sentimentos de afeto e paixão, mas acabou sendo persuadida a não aceitar a oferta. Oito anos depois, o pai de Anne tem de mudar-se devido a problemas de ordem financeira, e a família decide deixar a casa antiga, encontrando moradores dispostos a alugá-la. Os inquilinos revelam-se como o Almirante e a Sra. Croft - sendo esta última a irmã do mesmo Capitão Wentworth por quem Anne foi, um dia, apaixonada. A reinserção do capitão em seu círculo social afeta a estrutura psicológica de Anne, incerta quanto à total supressão dos sentimentos nascidos há quase uma década.

Estava persuadida de que por maiores que fossem as desvantagens da desaprovação familiar e por pior que fosse a incerteza acerca da profissão dele e todos aqueles prováveis medos, atrasos e decepções, ela teria sido uma mulher mais feliz se mantivesse o noivado do que era tendo-o sacrificado.

Persuasão é uma obra de caráter introspectivo, a partir do qual as personagens não são tratadas em conjunto, mas sim como indivíduos dotados de dúvidas e imperfeições. Respeitando os limites de sua usual sensatez, não ousando pisar tão fora da sua zona de respeitabilidade e moderação, Jane Austen descreve cada um desses conflitos internos com agradável habilidade literária, permitindo que seus leitores tenham duas visões de cada cena: a primeira, externa e superficial; e a segunda, na qual são levados em conta os precipícios que habitam a alma de todos nós. Anne, a protagonista do romance, é capaz de despertar sentimentos simultâneos de compaixão e raiva. A sua atitude passiva e resignada, conquanto típica do meio social no qual se encontra, não raro a impede de vivenciar momentos de euforia e de decisão; é comum que Austen provoque seu leitor dizendo que Anne tinha grande desejo de fazer algo, mas era obrigada a suprimir seus ímpetos.

Ela o compreendeu. Ele não podia perdoá-la, mas não podia ser insensível. Embora a condenasse pelo passado e o julgasse com profunda e injusta mágoa, embora sem nenhum interesse por ela e embora começasse a gostar de outra, ele não conseguia vê-la sofrer sem desejar reconfortá-la. Era o que restava de um velho sentimento; era um impulso de puro, embora não reconhecido, bem-querer; era uma prova de seu coração ardente e terno (...)

Créditos: Aqui | Aqui 

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